Eu tinha oito anos quando convenci meu pai a acompanhá-lo a uma ''palestra'', sem ter a mínima ideia do que seria aquilo. Só queria passar algum tempo com ele. No Fórum da cidade, lotado de adultos, um homem alto, numa postura perfeitamente vertical, falava com autoridade para um público invisível… para ele. O professor Starepravo havia perdido a visão quando tinha um ano. Autor de vários livros de autoajuda — bem antes da moda — fez rir e chorar a plateia. Era mais impressionante que o teatro! Me apaixonei por oratória. Na adolescência, comecei a frequentar palestras sobre todo e qualquer assunto. Queria entender o que fazia com que o público respondesse emocionalmente a um discurso humano, sem artifícios ou efeitos especiais… Sem saber, estava sendo guiada para o meu propósito de vida.
No início da minha vida profissional, cursei comunicação visual (no Brasil) e me especializei em estilismo de moda (em Paris). Queria unir a criatividade à arte e ao prazer de, de alguma forma, revelar a personalidade das pessoas. Fiz pós-graduação em publicidade e marketing (na Bélgica) e decidi aplicar todos esses conhecimentos à vida dos executivos, mostrando-lhes como se diferenciarem a través do marketing pessoal. Dava conferências sobre o assunto e sempre tive um retorno positivo, até que certo dia tudo mudou. Palestrava em Bruxelas e decidi falar de outra maneira: contando uma história real, uma história pessoal. Relacionei essa história a uma lição estratégica de marketing. Muitas pessoas vieram me ver no final, sentindo-se conectadas com a minha história. Até então, eu jamais havia obtido tamanha interação! As pessoas estavam encantadas. Perguntavam se eu ensinava a falar em público. Fui convidada para outros eventos e a mesma cena se repetia invariavelmente. O que houve não foi ''magia'', mas o resultado de ter encontrado meu próprio estilo: contando histórias reais com uma ponta de humor e de irreverência. Foi um longo caminho de descobertas, e hoje vejo que a minha jornada — interior como exterior — tinha uma razão de ser. Aquela primeira conferência que assisti aos meus oito anos havia me mostrado o nível de excelência que eu buscaria mais tarde para os meus clientes. Meu propósito estava bem na frente dos meus olhos: desenvolver nas pessoas uma comunicação autêntica, que transforma vidas, e que pode transformar o mundo.